Minha bonequinha

Girando em um quarto escuro 

Som da melodia encantadora

Olhos de extrema admiração a os outros olhos

Giros suaves na parte suave

De uma valsa na idade das trevas

Olhos nos olhos
Olhos de clamo e desejo pelo o que esta na sua frente

Agora sozinha

Sento-me no chão do quarto escuro aclamando a valsa de novo

Aclamando atenção

Sinto que dessa vez

Eu não estou pensando no que escrevo

Essa dor atrapalha o meu pensar

Não tenho atitudes pensadas

Qualquer coisa que eu disser ou escrever

Não sou eu

E Minha dor

Ela fala por mim

Faz-me escrever coisas que não sei se conseguirá pensar

Está por demais isso

Sinto a estranha sensação que posso não agüentar

Dores físicas e não de alma

DOR

E então ela voltou a sorrir

Cantarolando a música nunca antes ouvida

Mesmo não querendo

A dor física a atrapalha a não lembrar

Uma dor torturante

Que ela sabe que não pode ser dita

A dor da alma a faz lembrar o quanto é inútil ser como ela quer

A dor física a faz lembrar que tudo não passou de sinergia momentânea que ambos estavam no mesmo nível, mas...

Liberdade é algo que se conquista

Não podemos fingir ser libertário, isso e mentira

Quero viver toda a vida assim

Só com dor física, pois ela se pode curar com remédios

Mas dor na alma,

Ah Meu Deus

Essa só talvez com outras passagens de vida

Sua grande dor,sinergia !

Por hoje, ela não chora mais

E perguntam-me

Chorar pra que?

E como resposta

Como último ato de misericórdia a si mesma

Por hoje a alma dela está lavada

Não chora, mas também não se apaixona

Não ama mais aquele que não quer amá-la

Hoje vive sozinha

A espera de alguém que queira dividir esse verso

Que um dia os olhos voltem a enxergar

Aquilo que a foi tirado de dentro de si mesma

É hoje ela chora copiosamente como nunca havia chorado

Por alguém que ela nunca amou

Que sentia um vazio ao gostar

Que via nas suas palavras a dissimulação

Mas em seus olhos a fraqueza

Fica registrada como último ato de compaixão

Não mais ter piedade sentimental

A alguém que nunca a teve

E que nunca vai a ter

Peça licença antes de entrar

É na escuridão que encontro minha maior dádiva de meus solitários sentimentos inúteis que agregam mais inutilidade ao meu ser.

Por que ?

Será na escuridão que vou encontrar a minha paz 

O meu sossego para a minha inutilidade perante o meu ser.

Por que ?

O que tem tanto nessa tal escuridão que pode me causar tanto apreço, tanta paz, tanta dor e solidão da minha alma escurecida.

Não tenho mais vida

Ela se foi junto a luz que pouco restava em mim

De mim foram os últimos versos ditos 

Não quero mais ter escritos que falem de minha alma triste

Por favor peça licença antes de entrar

Novamente 

Minha infância 

Época em que todas as ilusões e esperanças estão em um só lugar,eu um só corpo e vivem em plena sincronia.Certos momentos sinto uma extrema vontade de voltar -

Voltar a ter esperanças

A ter uma espera 

A cantar novamente a música da Pera

Agora hoje aqui,pensando (com meus botões),as minhas esperanças não estão sendo renovadas e sim amenizando dores futuras.Tenho que ser cruel .

Todo realismo e cruel !

A mais crua realidade que me cerca;

Não sei se posso suporta o mundo sem esperanças.Sempre tenho,mas logo pois vem o meu realismo perante a vida. Infelizmente ! 

Não sei se posso suporta a crueza da vida ..

Andança

E no final de tarde que minhas esperanças sempre terminam 

Aquele gosto de melancolia que vem junto ao final de tarde me entendia mais ainda .

Certos momentos penso em não aguentar mais à dor de final de tarde.

Quero continuar minhas andanças pelo crepuscular  que vem agregado com a minha melancolia

Com a sua tristeza de não poder me dar aquilo que mais almejo de você.

Calma !

Isso faz parte 

Aprendi com o tempo a ser como um final de tarde sem esperanças

Andando só,pelas ruas ainda ensolaradas 

Com um pouco de beleza das ruas secas 

Com um perfume de desilusão 

Novamente